quarta-feira, 27 de março de 2013

Sistema endócrino

Os hormônios influenciam praticamente todas as funções dos demais sistemas corporais. Freqüentemente o sistema endócrino interage com o sistema nervoso, formando mecanismos reguladores bastante precisos.


Alguns dos principais órgãos produtores de hormônios no homem são a hipófise, o hipotálamo, a tireóide, as paratireóides, as supra-renais, o pâncreas e as gônadas.



No sistema endócrino, ao contrário, a comunicação se faz por sinais químicos, através de substâncias chamadas hormônios. O sistema endócrino responde mais lentamente e normalmente causa efeitos mais duradouros.

O sistema endócrino é formado por glândulas endócrinas, que produzem hormônios e estão amplamente distribuídas pelo corpo. As glândulas endócrinas são glândulas sem ductos, isto é, elas secretam hormônios diretamente no interior de capilares (sanguíneos).

O sistema endócrino produz seus efeitos por meio da secreção de hormônios. Os hormônios são mensageiros químicos que influenciam ou controlam as atividades de outros tecidos ou órgãos. A maioria dos hormônios é transportada pelo sangue a outras partes do corpo, exercendo efeitos em tecidos mais distantes.

Hipófise

A hipótese é uma pequena glândula, um corpo ovóide, com tamanho semelhante de uma ervilha, também conhecida como glândula pituitária. Tem coloração cinza-avermelhado, medindo cerca de 12mm de diâmetro transverso e 8mm  de diâmetro antero-posterior e pesando aproximadamente 500g. A hipófise está localizada abaixo do hipotálamo, posteriormente ao quiasma óptico, em uma depressão em forma de sela do osso esfenóide, denominada fossa hipofisária. É coberta superiormente pelo diafragma da sela, circular, da dura-máter. A hipófise está fixada à superfície inferior do hipotálamo, por uma curta haste denominada infundíbulo. Ela possui duas partes: uma anterior, a adenohipófise, e outra posterior, a neurohipófise. A hipófise secreta oito hormônios e, portanto, afeta quase todas as funções do corpo.
Adenohipófise

A parte anterior da hipófise, a adenohipófise, é composta de tecido epitelial glandular e é altamente vascular e constituída de células epiteliais de tamanho e forma variados, dispostas em cordões ou folículos irregulares. Sintetiza e libera pelo menos oito hormônios importantes:
- Somatotropina (STH), envolvida no controle do crescimento do corpo;
- Mamotropina (LTH), que estimula o crescimento e a secreção da mama feminina;
- Adrenocorticotropina (ACTH), que controla a secreção de alguns hormônios corticais da glândula supra-renal;
- Tirotropina (TSH), que estimula a atividade da glândula tireóide;
- Hormônio estimulador do folículo (FSH), que estimula o crescimento e a secreção de estrógenos nos folículos ováricos e a espermatogênese nos testículos;
- Hormônio das células intersticiais (ICSH), que ativa a secreção de andrógenos através do testículo;
- Hormônio Luteinizante (LH), que induz a secreção de progesterona pelo corpo lúteo;
- Hormônio estimulador de melanócitos (MSH), que aumenta a pigmentação cutânea.

 Neuro-hipófise

- Vasopressina (hormônio antidiurético / ADH): regula os níveis de água no sangue, agindo sobre a filtragem de fluidos pelos rins, retendo mais água conforme a necessidade do organismo;

- Ocitocina: Estimula as contrações uterinas durante o parto.

Glândula Tireóide

A glândula tireóide se encontra na base do pescoço, abaixo do pomo de Adão. Tem a forma de uma borboleta; cada asa, ou lobo, da tireóide está presente em ambos os lados da traquéia.
A função da glândula tireóide é produzir, armazenar e liberar hormônios tireoideanos na corrente sangüínea. Estes hormônios, também conhecidos como T3 e T4, agem em quase todas as células do corpo, e ajudam a controlar suas funções. Se os níveis destes hormônios tireoideanos no sangue estão baixos, seu corpo funciona mais lentamente. Esta condição se denomina hipotireoidismo. Se existe um aumento dos níveis dos hormônios tireoidianos no sangue, seu corpo trabalha mais rapidamente. Esta condição se denomina hipertireoidismo.
A quantidade de hormônios tireoideanos produzidos pela glândula tireóide é controlada por uma glândula que se encontra no cérebro, chamada pituitária ou glândula hipófise. Outra parte do cérebro, o hipotálamo, ajuda a pituitária.
  • O hipotálamo envia informação à glândula hipófise
  • A glândula hipófise por sua vez controla a glândula tireóide
A glândula tiróide, a hipófise e o hipotálamo trabalham juntos no controle da quantidade de hormônios tireoideanos no seu corpo. Com a hipófise controlando a maior parte da ação, estes órgãos trabalham de forma similar ao termostato que controla a temperatura de uma casa.

Glândulas Paratireóides

As glândulas paratireóides são pequenas estruturas ovóides ou lentiformes, marron-amareladas, pesando cerca de 50g e geralmente se situando entre as margens do lobo posterior da glândula tireóide e sua cápsula. Geralmente existem duas de cada lado, superior e inferior.  

Cada glândula paratireóide possui uma fina cápsula de tecido conjuntivo com septos intraglandulares, mas carecendo de lóbulos.

As glândulas paratireóides secretam o hormônio paratireóideo (PTH) que está relacionado com o controle do nível e da distribuição de cálcio e fósforo. O PTH atua em três órgãos-alvo: ossos, trato digestório (intestino) e rins. O efeito geral do PTH é o aumento dos níveis plasmáticos de cálcio e a diminuição dos níveis plasmáticos de fosfato.


Glândulas Supra-renais (adrenais)

As glândulas supra-renais são pequenos corpos amarelados, achatados ântero-posteriormente, estão situados ântero-superiores a cada extremidade superior do rim. Circundadas por tecido conjuntivo contendo muita gordura perinéfrica, são envolvidos pela fáscia renal, mas separadas dos rins por tecido fibroso. Cada uma mede aproximadamente 50mm verticalmente, 30mm transversalmente e 10mm  na dimensão antero-posterior, pesando cerca de 5g.

Uma glândula supra-renal seccionada revela um córtex externo, de cor amarela e formando a massa principal, e uma fina medula vermelho-escuro, formando cerca de 10% da glândula. A medula é completamente envolvida pelo córtex, exceto no seu hilo.


Córtex Supra-renal

O córtex supra-renal, uma fina camada externa (periférica), mostra três zonas celulares: as zonas glomerulosa (mais externa), fasciculada (mais larga) e reticulada (mais interna).  O córtex secreta os hormônios chamados esteróides.

Zona Glomerulosa: Produzem aldosterona (mineralocorticóide), que tem função importante na regulação do volume e da pressão do sangue, e na concentração do equilíbrio eletrolítico do sangue. Em geral, a aldosterona retém o sódio e a água e elimina potássio.

Zona Fasciculada: Produzem hormônios que mantêm o equilíbrio dos carboidratos, proteínas e gorduras (glicocorticóides). O principal glicocorticóide é o cortisol.

Zona Reticulada: Podem produzir hormônios sexuais (progesterona, estrógenos e andrógenos).

O córtex é essencial para a vida; a remoção completa é letal sem terapia de substituição. Também exerce considerável controle sobre os linfócitos e tecido linfático.


Medula Supra-renal

A medula supra-renal, a parte interna da glândula, é considerada uma extensão da parte simpática do sistema nervoso autônomo. É constituída de grupos e colunas de células cromafins separados por largos sinusóides venosos. Pequenos grupos de neurônios ocorrem na medula.

A medula da supra-renal secreta dois hormônios:

1 – Epinefrina (Adrenalina), que possui efeito acentuado sobre o metabolismo de carboidratos.

2 – Norepinefrina (Noradrenalina), que produz aceleração do coração vasoconstrição e pressão sanguínea elevada.

Esses hormônios são classificados como aminas e por estarem no grupo químico chamado catecol, são denominados catecolaminas. Esses hormônios são produzidos em situações de emergência e estresse, produzindo os seguintes efeitos (além dos descritos acima):
- Conversão de glicogênio em glicose no fígado;
- Elevação do padrão metabólico da maioria das células;
- Dilatação dos brônquios.
  

Pâncreas

O pâncreas é um órgão alongado que se situa transversalmente na parte superior do abdome, estendo-se do duodeno até o baço. A anatomia detalhada do pâncreas está descrita em SISTEMA DIGESTÓRIO.

O pâncreas secreta dois hormônios: a insulina e o glucagon. As células que produzem esses hormônios são denominadas ilhotas pancreáticas (Langerhans). As ilhotas são constituídas de aglomerações esferóides ou elipsóides de células, dispersas no tecido exócrino, juntamente com células endócrinas esparsas, frequentemente solitárias. O pâncreas humano pode conter mais de um milhão de ilhas, geralmente mais numerosas na cauda. Essas ilhotas possuem dois tipos de células: os endocrinócitos alfa, que produzem glucagon e os endocrinócitos beta que produzem insulina. Esses dois hormônios ajudam a controlar os níveis de glicose no sangue. O efeito da insulina é baixar os níveis de glicose enquanto que o glucagon aumenta esses níveis.

Ação da insulina: diminui os níveis de glicose através de dois mecanismos: 
1) aumenta o transporte de glicose do sangue para o interior das células; 
2) estimula as células a queimar glicose como combustível. A insulina é o único hormônio que diminui a glicose sanguínea.

Ação do glucagon: esse hormônio aumenta a glicose sanguínea de duas maneiras: 
1) estimulando a conversão de glicogênio em glicose no fígado;              
2) estimulando a conversão de proteínas em glicose.


Gônadas (Ovários e Testículos)

As gônadas são glândulas sexuais, que constituem nos ovários (mulheres) e testículos (homens). Essas gônadas, além de produzirem os gametas (óvulos e espermatozóides), também secretam hormônios, que serão descritos abaixo.

Ovários: existem dois ovários localizados um de cada lado da cavidade pélvica. Sua anatomia detalhada está descrita em SISTEMA GENITAL FEMININO (LINK).

Os ovários produzem dois hormônios sexuais femininos: o estrógeno e a progesterona. Esses hormônios participam do desenvolvimento e do funcionamento dos órgãos genitais femininos e da expressão das características sexuais femininas, sendo que tais características desenvolvem-se principalmente em resposta ao estrógeno. Elas incluem:

- Desenvolvimento das mamas;
- Distribuição da gordura nos quadris, coxas e mamas;
- Distribuição de pêlos em áreas específicas do corpo;
- Maturação de órgãos genitais;
- Fechamento das cartilagens epifisiais dos ossos longos.

Tanto o estrógeno como a progesterona são controlados por hormônios de liberação no hipotálamo, e pelas gonadotropinas da adenohipófise.


Testículos: estão localizados dentro do escroto. Sua anatomia detalhada está descrita em SISTEMA GENITAL MASCULINO.

O principal hormônio secretado pelos testículos é a testosterona, um esteróide produzido por suas células intersticiais. O estímulo para secreção da testosterona é o hormônio luteinizante (LH), proveniente da adeno-hipófise.

A testosterona auxilia na maturação dos espermatozóides e é responsável pelas características sexuais masculinas, tais como:

- Crescimento e desenvolvimento dos órgãos genitais masculinos;
- Crescimento musculoesquelético;
- Crescimento e distribuição dos pêlos;
- Aumento da laringe, acompanhado por alterações da voz.

A secreção da testosterona é controlada por hormônios de liberação produzidos no hipotálamo, e pelos hormônios luteinizantes da adenohipófise.


Timo

O timo possui determinadas funções secretoras hormonais e linfáticas (produzindo linfócitos T). Ele varia de tamanho e atividade, dependendo da idade, doença e do estado fisiológico, mas permanece ativo mesmo na idade avançada. Ao nascimento pesa cerca de 10 a 15g, crescendo até a puberdade, quando ele pesa de 30 a 40gm, ou seja, apresenta-se muito maior na criança do que no adulto, sendo que após a puberdade, a glândula involui, ou se torna menor, sendo substituído por tecido conjuntivo a adiposo. No início da vida, ele é de cor cinza-rózeo, mole e finamente lobulado, constituído em dois lobos piramidais iguais, unidos por tecido conectivo frouxo. Após a meia idade, o timo torna-se amarelado devido à sua gradual substituição por tecido adiposo.

O timo situa-se na parte superior da cavidade torácica, posteriormente ao esterno e das quatro cartilagens costais superiores, inferiormente à glândula tireóide. E anteriormente ao pericárdio, arco da aorta e seus ramos. Sendo mais preciso, o timo localiza-se nos mediastinos superior e inferior anterior, estendendo-se inferiormente até a quarta cartilagem costal, com suas partes superiores afilando-se em direção ao pescoço e, algumas vezes, alcançando os pólos inferiores da glândula tireóide.

O timo tem a função de produzir diversas substâncias (inclusive hormônios) que regulam a produção de linfócitos, a diferenciação e as atividades no timo. Essas substâncias incluem quatro polipeptídeos principais quimicamente bem distribuídos: timulina, timopoetina, timosina alfa I e timosina beta IV.

A timulina é produzida dentro do timo e precisa da presença de zinco para a atividade funcional (reage exclusivamente com as células T). A timopoetina intensifica diversas funções da célula T. A timulina e a timopoetina agem sistematicamente para dar regulação imune perfeitamente ajustadas das células T, auxiliando a manutenção do equilíbrio entre as atividades de seus diferentes subconjuntos. As atividades da timosina alfa I e beta IV não são bem claras. Sabe-se que as timosinas promovem maturação dos linfócitos no interior do timo e também estimulam o desenvolvimento e a atividade dos linfócitos no desempenho de suas funções linfáticas por todo corpo.

Propriedades fisiológicas dos hormônios
Nas glândulas endócrinas, os hormônios são produzidos em pequenas quantidades e são secretados na corrente sanguínea. A taxa de secreção varia com a necessidade do organismo. Quando encontram os tecidos-alvos começam as alterações químicas, mas para isso precisam ser reconhecidos pelas proteínas receptoras da membrana da célula ou no citoplasma.
O efeito dos hormônios nos tecidos depende da quantidade do hormônio e a capacidade de resposta do tecido. Eles desencadeiam e iniciam reações bioquímicas e seus efeitos podem permanecer mesmo após os níveis destes hormônios terem diminuído na circulação.
As células respondem às diferentes concentrações dos hormônios, na tentativa de manter uma estabilidade aumentando ou diminuindo o número de receptores.
Alguns hormônios possuem vários efeitos, enquanto outros têm função específica. A insulina, por exemplo, além de alterar a permeabilidade da célula à glicose, também aumenta no músculo, a biossíntese de proteínas.
Outros hormônios não são lançados na corrente sanguínea, pois são enviados diretamente ao tecido alvo, como é o caso do hipotálamo, que manda os hormônios produzidos para sua glândula vizinha, a hipófise.
Função dos hormônios
Os hormônios atuam nas células e o efeito é resultado das respostas celulares.
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